segunda-feira, 30 de junho de 2014

Jalaluddin Rumi - Quatro Poemas





Há uma libertação que vem 
Quando você deixa de comer restos gordurosos
A passa a comer alimentos mais nobres e belos.

Um tipo de comida lhe traz flatulência e diarreia,
Um peso no estômago.

 O outro lhe mantém leve
Enquanto você cavalga o oceano.

 Jejue e observe o que surge.

Uma pessoa materialmente cheia não está alerta
Para pratos que degradam.
 
Não coma sempre o que é oferecido.
Seja altivo. Recuse o primeiro prato.
Espere e o anfitrião mandará comida melhor.

 Erga sua cabeça como a montanha mais alta no escuro
Que o amanhecer torna vermelha
e então dourada.


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Quando está frio e chovendo,
Você é ainda mais lindo.

E a neve traz-me ainda mais perto
Dos seus lábios 

O segredo interior, 
aquilo que ainda nem nasceu, 
você é aquele frescor 
e eu estou com você agora

Não posso explicar as idas ou as vindas. 
Você entra de repente,
E estou novamente em lugar nenhum
Dentro da majestade.

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Há um beijo que desejamos toda a nossa vida,
O toque do espírito no corpo.

A água do mar implora á pérola 
para que ela rompa sua concha.

E o lírio, 
quão apaixonadamente ele precisa 
de algum querido companheiro selvagem.

À noite, abro a janela 
e peço para a lua 
vir e apertar seu rosto contra o meu. 
Respirar dentro de mim.


Feche a porta da linguagem 
e abra a janela do amor. 
A lua não usará a porta, 
somente a janela.
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Você pode encontrar um outro mercado como este?
Onde com sua única rosa
você pode comprar centenas de jardins?
Onde com uma semente
pode conseguir toda a selva?
Em troca de uma respiração fraca,
um sopro divino?

Você tem tido medo de ser absorvido pelo chão
e tragado pelo ar.

Agora, seu pingo se rende
e cai no oceano de onde ele veio.
Ele já não tem mais a forma que tinha,
mas ainda é água.
A essência é a mesma.

Essa rendição não é um arrependimento.
É honrar profundamente a si mesmo.

Quando o oceano vier a você como um amante,
case de imediato, rapidamente,
pelo amor de Deus. Não adie!

A existência não tem presente melhor pra dar.
Não há busca suficiente que encontre isso.

Um falcão perfeito, sem motivo nenhum
pousou no seu ombro
e tornou-se seu.

Um comentário:

Ander disse...

Ótimo. Poemas sempre marcantes para uma época turbulenta.