terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jalaluddin Rumi - O Ser que compartilhamos

A sede está brava com a água. A fome, desgostosa
com o pão. A caverna não quer nada relacionado com

o sol. É dessa maneira estúpida e autoderrotadora
que temos estado. Uma mina de ouro está

nos chamando para dentro de seu templo. Em vez disso, nos
curvamos e continuamos a pegar pedras do

chão. Cada coisa tem um brilho como do ouro,
mas deveríamos nos voltar para a fonte! A

origem é o que realmente somos. Eu coloco um pouco
de vinagre no mel que ofereço. Um pouco de

repreensão torna o êxtase mais familiar. Mas
olhe, peixe, você já está no oceano:

apenas nadar aí torna-o amigo da
glória. Esses rancores são a respeito do que? Você

é Benjamim. José colocou uma taça de ouro
no seu saco de grãos e acusou-lhe de ser

um ladrão. Agora ele lhe puxa de canto e diz,
“Você é meu irmão. Sou uma oração. Você é

o amém.” Movemos-nos por regiões eternas, e ainda
preocupamo-nos a respeito de posses aqui. Esta é a

prece de cada um: És a fonte da minha
vida. Separas a essência da lama.

Honras minha alma. Trazes rios das
nascentes das montanhas. Clareias meus olhos. O

vinho que ofereces leva-me de mim mesmo para dentro
do Ser que compartilhamos. Fazer isso é religião
.

Hafiz - E sem motivo algum . . .

E sem motivo algum
Comecei a pular como uma criança.

E sem motivo algum
Tornei-me uma folha
Que foi carregada tão alto que
Beijei a boca do céu
E me dissolvi.

E sem motivo algum
Mil pássaros escolheram minha cabeça
Como sua mesa de conferências,
Começaram a passar suas taças de vinho
E suas coleções de canções por toda parte.

E por todo motivo na existência
Comecei eternamente
A rir e amar!

Quando me torno uma folha
E começo a dançar,
Corro para beijar nosso lindo Amigo
E me dissolvo na Verdade
Que eu sou.