sábado, 21 de fevereiro de 2009

Bernard de Clairvaux (São Bernardo séc - XII) - A Busca

"Durante toda a noite em meu leito procurei Aquele a quem ama a minha alma". (Cânt. cânt.3: 1) É um grande bem buscar a Deus, penso que nada vem antes disso dentre as boas coisas que a alma possa apreciar. É o primeiro de seus dons e seu objetivo final. Nenhuma das virtudes se aproxima dessa, e ela não dá lugar a nenhuma delas. O que poderia ser melhor, quando nada tem lugar mais alto? A quê poderia dar lugar, quando ela é a consumação de todas as coisas? Que virtude pode ser atribuída a quem não busca o bem? Que limite existe para quem procura por Ele? Diz o salmo 105:4. Penso que, mesmo depois de tê-Lo encontrado, a alma não deixará de procurá-Lo. Deus não é procurado à pé, mas sim pelo desejo. E a feliz descoberta da alegria não coloca fim no desejo, mas aumenta-o. A consumação da alegria não consome o desejo, consome? Pelo contrário, é óleo derramado sobre chamas que ateia fogo em si mesmo. Assim é. A alegria se satisfará. Mas não haverá um fim para o desejo e assim não há fim para a procura. Considere, se você quiser, a ausência de Deus como sendo a causa dessa ânsia de procurar por Ele; como Ele está sempre presente e a ansiedade na busca não pode falhar em encontrar Sua abundância.