segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meher Baba - Manonash

Deus está em toda parte e faz tudo.
Deus está dentro de nós e sabe tudo.
Deus é sem nós e vê tudo.
Deus está além de nós e É tudo.

Este Todo-penetrante, Todo-compreendedor, Deus todo-poderoso, que é o Ser dentro de nosso próprio ser e sem o qual nada é real, ajudou-me e guiou-me durante este período de Manonash de meu trabalho, e faz-me agora ditar a vocês o seguinte: Tentar compreender com a mente aquilo que a mente jamais pode compreender é inútil. Tentar expressar pelos sons da linguagem e sob a forma de palavras o estado transcendental da alma é ainda mais inútil. Tudo que pode ser dito e que tem sido dito e que será dito por aqueles que vivem e experimentam esse estado, é que quando o falso ser é perdido, o Ser real é encontrado; que o nascimento do real pode somente seguir a morte do falso; e que morrendo para nós mesmos -a morte verdadeira que termina com todo o morrer- é o único caminho para a vida perpétua. Isso significa que quando a mente com seus satélites - desejos, ânsias, vontades - é consumida completamente pelo fogo do amor divino, o Ser infinito, indestrutível, indivisível e eterno é manifestado.
Isso é Manonash, a aniquilação do falso, limitado, miserável, ignorante e destrutível “eu” para ser substituído pelo "Eu” real, o possuidor eterno do conhecimento, do amor, do poder, da paz, da felicidade e da glória infinitos em sua existência imutável. Manonash está destinado a conduzir a esse estado glorioso no qual a pluralidade vai e a unidade vem, a ignorância vai e o conhecimento vem, o aprisionamento vai e a liberdade vem. Nós estamos todos alojados permanentemente neste oceano sem fronteiras do conhecimento infinito, no entanto, somos infinitamente ignorantes dele até que a mente - que é a fonte dessa ignorância - desapareça para sempre; a ignorância cessa de existir quando a mente cessa de existir! A menos, e até que a ignorância seja removida e o conhecimento for ganhado - o conhecimento por meio do qual a vida divina é experimentada e vivida - tudo que pertence ao espiritual parece paradoxal. Deus, o qual não vemos, dizemos que é real; e o mundo, que nós vemos, dizemos que é falso.
Na experiência, o que existe para nós não existe realmente, e o que não existe para nós existe realmente. Nós devemos perder a nós mesmos a fim de encontrar a nós mesmos. Assim, a própria perda é ganho. Devemos morrer para nós mesmos para viver em Deus. Desse modo, morte significa vida. Devemos nos tornar completamente vazios internamente para sermos possuídos completamente por Deus. Assim, o vazio completo significa a totalidade absoluta. Nós devemos nos tornar despidos do sentido de nós mesmos, não possuindo nada, para sermos absorvidos na infinidade de Deus. Assim, nada significa tudo.