segunda-feira, 26 de abril de 2010

Kabir - Dois Poemas


 Enfim as notas de sua flauta adentram, 
e eu não consigo parar de dançar em torno do salão ...
 As flores se abrem, mesmo ainda não sendo primavera, 
as abelhas já sabem disso.
 O ar sobre o oceano fica agitado.
Há um relâmpago, mares revoltos erguem-se em meu peito.
 A chuva cai lá fora;
e dentro anseio pelo Convidado,
 Algo dentro de mim chegou ao lugar
onde o mundo está respirando.
 As bandeiras que não podemos ver estão flamulando ali.
 Kabir diz: meu corpo-desejo está morrendo, e ele vive!
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O Convidado está dentro de você e também dentro de mim;
você sabe que o botão está escondido dentro da semente.
Estamos todos lutando; nenhum de nós tem ido longe. 
Deixe sua arrogância ir e olhe ao redor internamente.
 
 O céu azul expande-se cada vez mais,
a diária sensação de falha vai embora,
os danos que tenho causado a mim mesmo se desvanecem,
milhões de sóis avançam com a luz
quando sento-me firmemente naquele mundo.
 
 Ouço sinos que ninguém tocou, badalando.
Dentro do “amor” há mais alegria do que supomos.
A chuva cai, embora o céu esteja límpido e sem nuvens.
Há rios inteiros de Luz.
O universo projeta-se por todas as partes através de um único tipo de amor.
Como é difícil sentir aquela alegria em todos os nossos quatro corpos!
 
Aqueles que esperam ser racionais a esse respeito, falham.
A arrogância da razão nos separou desse amor.
Mesmo com a palavra “razão” você já se sente a milhas de distância.
 
Que sortudo é o Kabir, que rodeado por toda essa alegria
canta dentro de seu próprio barquinho.
Os poemas dele dizem respeito a uma alma encontrando a outra.
Esses cantos são sobre esquecer a morte e a perda.
Eles se elevam acima de ambos, entrando e saindo.