sábado, 30 de abril de 2011

G. I. Gurdjieff - Paris, 21 de outubo de 1943


Gudjieff: Mãe, posso fumar? [Dirigindo-se para J.]: Note esse exemplo – ela é mãe, a mãe dessa casa, você se lembra do que eu disse da última vez, que ninguém deve fazer nada sem a permissão da mãe. A mãe é a chefe da casa.
[Sr. Gurdjieff brinca com J., diz que J. está com ciúmes pois sua mãe não pertence mais só a ele mas a todos os presentes e diz que quando ele perde-la ele perceberá o valor que ela possuía.]
Gurdjieff: Aí! Depois do que acabamos de ler sobre a cerimônia de Cristo penso que é difícil para qualquer um fazer perguntas. Mas mesmo assim vocês devem tentar, mesmo que seja egoísta fazer uma pergunta.
Hig: Senhor, eu gostaria de fazer uma pergunta. Tendo terminado há várias semanas as tarefas que coloquei para mim mesmo, encontro-me desde então em um feliz equilíbrio sem lacunas e sem um desejo. Eu gostaria de continuar trabalhando pois sinto que há um universo acima deste em que me encontro agora, mas não consigo fazer nenhum progresso desde aquele ponto e sinto que sozinho não posso fazer nada.
Gurdjieff: Esse é um mau sinal. Você deve procurar um choque que venha de fora. Você se contenta com pouco. Agora durante este período você deveria fazer um esforço. Deveria estar tendo uma luta entre a sua individualidade e suas funções. Você não deve se acalmar. O fato de que não pode trabalhar é um sinal muito bom. Você deve forçar-se a. Se você passar esta crise, essa pequena crise, você poderá começar de novo depois.
Hig: Não vejo exatamente que caminho seguir e que objetivo ter em vista.
Gurdjieff: Um caminho não é necessário. É apenas necessário que você obtenha resultados em você mesmo. Colete, acumule os resultados da luta. Você vai precisar deles para continuar. Você deve acumular essa substância, como eletricidade. Essa substância só pode ser acumulada através de esforços. Portanto, crie uma luta entre a sua cabeça e o seu animal. Eu já expliquei isso na última vez. Perdão, foi sábado que eu falei isso, minha memória está ficando falha. Eu não costumava cometer erros e agora começo a cometê-los. Eu lhe aconselho – agora que eu o conheço mil vezs melhor – a não parar. Continue a sua luta, mas sem esperar por resultados. Acumule os resultados do processo de luta. Quando lutamos internamente com pensamento, sentimento e corpo, isso gera uma substância no lugar que lhe pertence. Não temos interesse hoje em saber aonde é esse lugar. Acumule. É isso que está faltando em você. Você é jovem, não tem experiência, é vazio. Continue a luta que iniciou-se acidentalmente. Desse modo, se você diz que está satisfeito, isso provará que está na estrada certa. Mas você não deve parar. Seus planos de ir para o Etoile... Você está na rua d’Armaillé. O Etoile ainda está longe: Boulevard Carnot, existem vinte postes de luz, vinte estações. Agora então vire à direita. Essa é a estrada certa. Isto é, continue sua luta. Você está procurando pelos meios? O que você está fazendo não tem importância. O que é necessário é que deve ter em você o processo de luta. Que meios deve empregar? Isso não é importante. Lute. Você sabe melhor do que eu com o que lutar. Por exemplo, o que quer que seu corpo goste, o que quer que você tenha o hábito de dar para ele, não dê mais. A coisa importante é ter um processo contínuo de luta, porque você precisa da substância que o esforço lhe dará.
Jac: Sr. Gurdjieff, o senhor deu-me uma tarefa com o propósito de que eu lembrasse de mim mesmo, relacionado com o trabalhar com alguém que fosse próximo a mim. E eu notei, minha esposa também, que essa meta mudou nossa relação, mas só até certo ponto, e que havia um obstáculo que nem eu nem ela podíamos transpor. E você disse a ela que diria o que deveria ser feito para passar esse obstáculo.
Gurdjieff: Primeiro, todos os pais devem começar por trazerem à tona uma questão; você e sua esposa têm filhos. Bem, se vocês têm filhos eles criam para vocês obrigações especiais. Viver apenas para vocês mesmos está terminado. Você deveria estar obrigado a sacrificar tudo por seus filhos na sua vida ordinária. Ao mesmo tempo você e sua esposa devem planejar como uma meta viver por seus filhos; é o objetivo seu e da sua esposa. Nada deveria interferir em suas relações mútuas. Vocês deveriam ter essa meta em comum entre si, e essa meta em comum entre vocês irá oferecer um contato para o trabalho, pois é uma meta objetiva e o trabalho também é objetivo. Inicie isso. Discuta isso com sua esposa. Planeje com ela em ter como um objetivo sacrificar tudo por seus filhos. Não para sempre, mas por um período especial de tempo. Tudo para seus filhos. O objetivo de vocês será um objetivo comum. E na relação pessoal de vocês haverá uma luta, pois se vocês dois planejarem esse objetivo com suas mentes, sendo que seus caráteres são diferentes, cada um terá uma luta interna para sustentar, pois cada um terá escolhido seu objetivo. E aquele que alcançar esse objetivo terá passado no seu exame para poder ter outro caminho objetivo que virá posteriormente. Por enquanto, fale com calma e de maneira franca com sua esposa e planeje essa meta. Se vocês fizerem isso por uma ou duas semanas, vocês então merecerão saber do caminho objetivo.
Pom: Posso fazer uma pergunta?
Gurdjieff: Como quiser. Esta é a primeira vez que você fala, não é?
Pom: Eu gostaria de saber o que fazer para impedir que minha imaginação me leve embora para longe.
Gurdjieff: Bem, para isso vou dar-lhe um conselho muito simples e ordinário. Você também está no caminho correto. Assim sendo, o que o aconselho é algo muito simples. Entender de maneira lógica não poderá lhe dar absolutamente nada. Mais tarde você entenderá que apenas esse conselho que vou lhe dar é bom. Durante todo o seu tempo livre, conte: um, dois, três, quatro, cinco, seis, até cinquenta. Depois: cinquenta, quarenta e nove, quarenta e oito, etc. Até voltar ao início. O tempo todo. E se você fizer isso sete vezes, cinco ou dez minutos, sente-se, relaxe e diga para si mesmo: “eu sou”, “eu desejo ser”, “eu posso ser”, “não usarei isso para fazer o mal e sim o bem”, “ajudarei meu próximo quando tiver conseguido ser. Eu sou”. Depois disso, conte novamente. Mas conscientemente, não automaticamente. Faça isso durante todo o seu tempo livre. Na primeira vez vai parecer absurdo para você. Mas quando você tiver feito isso por duas ou três semanas, você me agradecerá com todo seu coração. Você me compreendeu?
Pom: Muito bem.
Gurdjieff: Não lhe dou nada mais. Conheço milhares de outras coisas. Mas lhe dou essa simples coisa. [Endereçando-se aos outros presentes] E isso o salvará. A vida toda dele irá mudar e até a hora de sua morte ele me agradecerá, ele nunca me esquecerá. Faça isso e isso é tudo.
Madame Et.: Posso pedir-lhe um conselho? Eu queria perguntar o seguinte: quando faço meu trabalho de lembrar de mim, sempre sou atrapalhada por alguma idéia deste tipo: como posso fazer meu trabalho, como posso organizar o meu dia de modo que todos em casa sintam-se felizes? E durante o dia acontece justamente o oposto. Sou atrapalhada pelas idéias que têm a ver com o trabalho. Penso no que tenho ouvido aqui e na casa de Madame de Salzmann e isso me impede constantemente.
Gurdjieff: Esse é o resultado das demandas da vida diária. Acontece com todo mundo. Eu tenho dito isso frequentemente. Você deve separar um momento especial a cada dia para o trabalho. Não o tempo todo, o Trabalho é uma coisa muito séria. Você não pode trabalhar internamente o dia todo. Você deve arrumar um momento especial e aumentá-lo pouco a pouco. Para este trabalho você dá meia hora das vinte e quatro horas. Durante essa meia hora você esquece de todo o resto, coloca de lado todo o resto. É algo pequeno. Você sacrifica por esse período todas as suas ocupações, todo o trabalho das suas funções externas. Sacrifique tudo em prol do seu trabalho interno e depois você o deixa de lado para fazer as coisas da vida ordinária. Você não pode fazer esse trabalho o dia todo.
Madame Et.: Eu penso assim. Isso torna-se mecânico. Eu sou, eu desejo ser.
Gurdjieff: Você mistura, não deve misturar. Não misture este trabalho com o trabalho ordinário. Nós temos dois tipos de estado desperto. Para este trabalho você deveria ter um estado desperto ativo. Mas meia hora desse estado é o bastante para o resto do dia, o qual você deve viver como está habituada a viver. Você pode fazer isso? E se você não puder fazer por meia hora, mesmo dez minutos são ricos para aquele que pode trabalhar dez minutos. Você deve dar e sacrificar para este trabalho um tempo especial. Você não pode dar todo o seu tempo. A vida é uma coisa, o trabalho é outra. A substancialidade de cada um é diferente: para este trabalho você deve ser mais ativa. Já disse isso muitas vezes. Quando você começa seu trabalho, sua tarefa, é o seu trabalho. Você deveria, mesmo antes de começar, relaxar-se, preparar-se, coletar-se. Depois, com todo seu ser, você realiza a sua tarefa. É algo muito complicado. Você não pode fazer isso por muito tempo. Logo você se cansa. Isso requer toda a sua força. Se você faz cinco minutos a mais toda sua força é drenada. É por esse motivo que digo que você deve aumentar pouco a pouco, até que você se acostume a fazê-lo: cinco minutos, seis minutos, dez minutos. Apenas este sistema sempre lhe dará um bom começo para prepará-la para adquirir o estado que é apropriado a um homem real. E se você trabalhar por um longo tempo, isso provará que você não trabalha com todo o seu ser – você está trabalhando apenas com sua mente. Mas fazendo assim, você pode fazer por mil anos sem obter nada; isso não vale nada. Trabalhe por um curto período, mas trabalhe bem. Aqui não é a quantidade mas a qualidade que conta. A vida é uma coisa, não a misture com outras. Cinco minutos de um bom trabalho é mais válido do que vinte e quatro horas de um trabalho de outro tipo. Se você não tem muito tempo, trabalhe por cinco minutos. Deixe a vida ordinária continuar automaticamente conforme o hábito o resto do tempo. O que você fala não diz respeito ao trabalho. Nossa vida é uma coisa, o trabalho é outra coisa. De outro modo você se tornará uma psicopata. Você se lembra de si com sua mente – isso é sem valor; lembre-se de si com todo o seu ser. Você não pode fazer isso por muito tempo, você se drena. Faça por cinco minutos, mas esqueça de todo o resto. Seja uma egoísta absoluta, esqueça tudo, seu Deus, seu marido, seus filhos, dinheiro – lembre apenas do trabalho. Curto mas substancial.
Bar: Posso fazer uma pergunta? Como posso distinguir entre meu centro mental e meu centro físico?Gurdjieff: Assuma uma simples tarefa. Quando você pensa, você pensa. As associações seguem automaticamente, essa é a sua mente. Quando você sente calor ou frio, quando você está nervoso, irritado, quando você gosta, quando você não gosta – esse é o seu sentimento.Bar: Mas em nossas ações, como podemos impedir que os centros invadam uns aos outros: pensar com meu sentimento, ter um sentimento mental e confundir um com o outro.
Gurdjieff: Você quer dizer que você não pode pensar porque você está sentindo?
Bar: Digo que eu tenho um pensamento emocional.
Gurdjieff: Você tem uma fraqueza, uma doença; você não deve pensar com seu sentimento, você deve pensar com sua cabeça. Pensar com seu sentimento é uma fraqueza, uma doença. O começo vem do sentimento e o centro do pensamento é apenas uma função. Mas o centro de gravidade deve ser o pensamento. E então você pode saber o que é individualidade. É quando seu centro de gravidade está no seu pensamento. Portanto, se seu centro de gravidade não está em seu pensamento, você não é um indivíduo, você é um autômato. É uma explicação simples. Todo homem deveria acostumar-se a ser um indivíduo, uma pessoa independente, algo definido, não uma merda (desculpe a palavra), um animal, um cão, um gato. Esse é um sintoma muito simples. Se você concentra seu ser em seu pensar, você é um indivíduo: existem muitos níveis entre os indivíduos, mas isso não é importante no momento. Você é um indivíduo quando você tem seu centro de gravidade no centro do pensamento. E se ele for em outro centro, você é apenas um autômato. Ele pode ser no seu corpo ou no seu sentimento, mas quando você trabalha você deve sempre ter o objetivo de estar em seu pensar. E faça isso conscientemente. Se você não o fizer, tudo se fará inconscientemente em você. Seu trabalho deveria ser exclusivamente concentrar-se em seu pensamento. É uma explicação simples. Phillip? Para você também isso deveria explicar muitas coisas.
Phillip: Teoricamente eu sei disso.
Gurdjieff: Mas para a sua compreensão isso deveria ter lhe dado algo novo, algumas conclusões interessantes.
Jac: Sr. Gurdjieff, agora há pouco eu estava muito interessado pela questão de Pom e por sua resposta. Em minha vida, que é muito agitada e trivial, observo o pouco espaço que há para o trabalho. Muito frequentemente sinto-me perdido. O que é normal. Mas o que é menos normal é que eu fico apegado, fico nas mãos dessa agitação, dessa trivialidade que adequa-se exatamente a mim, o eu (o mim) ordinário, o indivíduo que é mais forte em mim. E eu pergunto se em meu caso eu não deveria aplicar a recomendação que você deu a Pom, pois acredito que ela contém algo claro e simples que irá me puxar para fora da gaiola de esquilo dentro da qual estou sempre girando.
Gurdjieff: Isso não se aplicaria a você de jeito nenhum. É difícil contar desta maneira: um, dois, três, até cinquenta. Vou dar-lhe algo ainda mais simples. Você tem uma família. Um pai? Uma mãe? Um irmão?
Jac: E uma irmã.
Gurdjieff: Uma irmã também, cinco pessoas. Começando a partir de amanhã de manhã você assume como uma tarefa: a cada dez minutos, um pouco mais um pouco menos, por volta de dez minutos –é o mesmo para mim se for oito ou doze- lembre-se do seu pai, dez minutos depois de sua mãe, etc. Você lembra-se deles e representa-os para si mesmo. E quando você tiver terminado com os quatro, dez minutos depois, “eu sou”, “eu desejo ser”, com a sensação de toda a sua presença; e dez minutos depois você começa novamente – seu pai, sua mãe, etc. E dessa maneira você passa o seu tempo. É mais simples assim. Você entende? A propósito, você deve ter uma idéia fixa. Sempre quando você pensar na sua mãe pela quinta vez, pense que ela está aqui com coisas prateadas nas orelhas, coisas baratas, e você dá sua palavra a si mesmo que quando crescer e estiver ganhando dinheiro, irá assumir como uma tarefa, comprar para ela brincos de ouro. [Para Madame Et.] Dez por cento para mim. [Para Jac] Você entendeu?
Bar: Sr. Gurdjieff, quando somos assolados por um sentimento de profunda tristeza do qual não conseguimos nos livrar, que meios podemos usar para sair dele?
Gurdjieff: Se a pessoa não souber a causa dele?
Bar: Sim, se a pessoa não souber.
Gurdjieff: Não existe tal tristeza; isso é idiotice. Vá visitar um especialista. Posso recomendar um neuropatologista. Eu o conheço muito bem, ele me dá dez por cento.
Bar: Mas às vezes noto isso depois de almoçar.
Gurdjieff: Ah, ah, esse é um sintoma; você come mais do que deveria. Coma menos. Não coma o último bocado, é isso. Você entende? Você sabe o que é o último pedaço? Você entende? Então, bravo. Teste isso e na próxima vez nós conversamos. É possível que a causa disso esteja aí. Se não for descobriremos uma outra forma.
Hig: Senhor, gostaria de fazer outra pergunta. Eu não compreendo o que o amor consciente pode ser. Não entendo por que a lucidez com a qual examinamos nossas paixões e descobrimos suas causas não as exterminam de uma vez por todas.
Gurdjieff: Bem, então, digamos que o amor interessa apenas às funções. É apenas polaridade física que está operando. Quando você tiver pensado isso, o amor se tornará repugnante a você. O amor que todas as pessoas têm, você tem. Mas o amor consciente, esse é o amor real. Você tem apenas o amor baseado no sexo; isso é doença, é uma fraqueza. Você não pode ter amor. Aquele que talvez o seu avô tivesse. Hoje em dia, para todos, o amor é baseado no sexo e o sexo na polaridade. Então se a pessoa tem um nariz assim você a ama, se ela não tem o nariz de determinada forma você não a ama. O amor Real é objetivo, mas em Paris o amor objetivo não existe. Vocês tornaram a palavra sentimento como algo referente a sexo, a coisas sujas; vocês esqueceram o amor real.
Hig: Mas devemos procurar reprimir esse amor a fim de obtermos o outro?
Gurdjieff: Considere-o como uma fraqueza e deixe-o de lado. E ao mesmo tempo use isso para olhar para si mesma. Beneficie-se de tudo. E a partir do instinto talvez você conseguirá sentir o amor real. O gosto talvez virá para você. Uma vez que você tiver compaixão da pessoa que tem o nariz que você não gosta, ou por outra que parece doente, por uma criança que não tem mãe, pela pessoa que está passando fome, por um homem sem esposa – então, com cada pessoa, você conseguirá entrar na situação dela. Tenha contato com seus diferentes impulsos e se você permanecer imparcial, verá que tudo o que você tem tido em você até agora é merda e ao mesmo tempo você se sentirá apta a tentar ter o gosto de outra qualidade de amor. E se o gosto dele vier para você, poderei explicar-lhe os detalhes.
Ab: Senhor, para experimentar esse amor consciente, a polaridade pode ser uma ajuda ou é um empecilho?
Gurdjieff: Um empecilho, naturalmente. Mas você não pode fazer nada a esse respeito. Você é um escravo dessa lei. Querendo ou não. Seu corpo faz você amar ou não amar. Conscientemente, você pode deixar de ser um escravo de sua polaridade. Mas primeiro você tem de ter o gosto. Tudo o que posso dizer por enquanto é que o amor existe, o amor objetivo. Mas você deve ter o gosto dele. Depois falaremos sobre isso. Tudo o que podemos dizer de antemão permaneceria teórico. A esse respeito Belzebu* explica muitas coisas. Referente aos mandamentos de Ashiata Shiemash há isto:

O amor da consciência evoca o mesmo em resposta.
O amor do sentimento evoca o oposto.

O amor do corpo depende apenas do tipo e da polaridade.
E também há isto sobre esperança:

A esperança da consciência é força.
A esperança do sentimento é escravidão.

A esperança do corpo é doença.
E sobre a fé:

A fé da consciência é liberdade.
A fé do sentimento é fraqueza.

A fé do corpo é estupidez.
E agora, promotor, tente primeiro ganhar bastante; e você, mãe, venha me visitar. Conheço um lugar onde há artigos de ouro. Tenho um amigo na casa de penhores.
*Referência ao livro 'Relatos de Belzubu a seu Neto'