quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Hazrat Inayat Khan - Alguns Aforismos


O amor produz harmonia e a harmonia cria beleza. Portanto, o principal lema da vida é: “Amor, harmonia e beleza”. Ame em todas as coisas e em todos os seres o Deus amado, esteja em harmonia com todas as coisas com a compreensão correta e embeleze a sua vida ao observar a beleza dentro e fora. Através do amor, da harmonia e da beleza você deve transformar a totalidade da vida em uma única visão da glória divina.


A vida é uma sinfonia e a ação de cada pessoa nesta vida é a execução do seu trecho particular na música.



A melhor moral é aprender de tudo aquilo que soa desarmonioso a nós de modo que não utilizemos isso com os outros e que usemos o que soa harmonioso a nós com os outros. É assim que os ouvidos deveriam ser treinados.


Quanto mais avançamos, mais difícil e mais importante se torna a parte que executamos na sinfonia da vida; e quanto mais conscientes nos tornamos dessa responsabilidade, mais eficientes ficamos em cumprir nossa tarefa.


Uma vez que uma alma despertou para a contínua música da vida, essa alma considera como sua responsabilidade, como seu dever, desempenhar a sua parte na vida externa, mesmo que isso seja contrário à sua condição interna naquele momento.


O segredo de buscar a vontade de Deus reside em cultivar a faculdade do sentido de harmonia, pois harmonia é beleza e beleza é harmonia. O amante da beleza e seu progresso ulterior torna-se um buscador de harmonia e ao tentar sempre manter a harmonia ele irá sintonizar seu coração à vontade de Deus.


Não há nada neste mundo que não fale. Cada coisa e cada ser estão continuamente falando a sua natureza, o seu caráter, o seu segredo; quanto mais o sentido interno estiver aberto, mais capaz de ouvir a voz de todas as coisas ele será.


Se a alma estivesse desperta para sentir o que os pássaros sentem quando cantam na floresta ao amanhecer, o homem saberia que a prece deles é ainda mais exaltadora do que a sua, pois ela é mais natural.


Não há nada no mundo que não seja um instrumento de Deus.


O som é o sinal da vida; nos templos dos deuses e deusas Hindus, os sinos soando mostram vida mesmo no silêncio.


O som está oculto sob as palavras e as palavras ocultas sob os sons. Quando percebemos as palavras, não percebemos o som que está por trás e quando percebemos o som, não percebemos as palavras por trás. Quando o poeta percebe palavras, o músico percebe o som por trás. O místico percebe até mesmo nesse som a 'Palavra que era Deus'.


O tom continua, o tempo expira.


O tom vive no tempo, o tempo assimila o tom.


Deus não está no tempo. Desse modo, Ele está no silêncio. O som é parte do mundo do tempo.


O ritmo não pode existir sem o tom, nem o tom sem o ritmo. Eles são interdependentes para a sua existência e o mesmo se aplica ao tempo e o espaço.


O barulho vem da inquietude e a inquietude é o ritmo destrutivo.


A atmosfera do homem explica a condição de sua alma.


Quanto mais avançamos, mais nossas disputas e discussões cessam. Elas vão sumindo até que não sobre nenhuma cor nelas e quando a cor toda se vai, a luz clara vem, a qual é a luz de Deus.


Nirvana significa sem cor. O que é cor? Certo e errado, pecado e virtude – tudo isso é cor; mas no reino da verdade eles desaparecem, da mesma forma que todas as cores somem no resplendor da luz. Aquele que percebeu isso entrou no nirvana.


Um Sufi deve sempre reconhecer em Deus a fonte de todas as coisas e a origem de todos os seres.


Um Sufi deve observar no contínuo desdobramento do espirito o nascimento da alma.