Rajapalayam
Ramani Ammal: Quando eu era bem jovem, por volta dos dezoito anos de idade, Bhagavan
apareceu para mim em um sonho. No sonho Bhagavan caminhava em minha direção, eu
podia ver até um Shivalinga no sonho. Antes disso, krishna costumava aparecer
nos meus sonhos com frequência, mas dessa vez era uma pessoa que eu nunca tinha
visto antes; fiquei cativada por tê-lo visto. A deidade de nossa família era
Vishnu e costumávamos oferecer Puja para Vishnu e para Krishna, entretanto ver o Shivalinga no sonho me deixou intrigada. Naquela
época eu não podia entender o sonho. Mas daquele momento em diante minha mente
mudou, tendo sido muito covarde desde a infância eu não podia nem mesmo andar
até a porta de casa a noite. Mas depois de ter sonhado com o darshan de Bhagavan,
o medo que me perseguia abandonou-me.
Foi só aos vinte anos que consegui um livro de Bhagavan. Era o Ramanavydia. Simplesmente ao tocar no livro perdi a consciência do corpo, meu corpo todo ficou dormente e foi com grande dificuldade que consegui voltar e sentar ao lado de minha amiga, percebendo meu estado ela comentou: ‘você não deveria ler todos os tipos de livros. Os membros de sua família ficarão zangados com você, não precisa ler tais livros com tão pouca idade. Ler alguma coisa pode ser bom, mas não passar vinte e quatro horas por dia lendo livros desse tipo’. Naquela época eu passava o tempo todo lendo livros espirituais como o Bhagavad-Gita, etc. Eu curiosamente abri o Ramanavydia pela primeira vez e assim que o fiz vi uma foto do jovem Bhagavan, cai no chão com o impacto de ver a foto. Que livro é esse eu pensei. ‘Não leia esse livro, minha amiga avisou-me, acho que esse livro vai mudar a sua vida’. Eu não dei ouvidos a ela e levei o livro para a cama comigo, estava com medo que eu pudesse desmaiar de novo. Então, deitei na cama para ler. Conforme li o livro fiquei tão absorvida, meus olhos ficavam fechando, meu estado foi mudando, ali eu entendi que aquilo que eu estava experimentando era meditação como descrita por Bhagavan.
Foi só aos vinte anos que consegui um livro de Bhagavan. Era o Ramanavydia. Simplesmente ao tocar no livro perdi a consciência do corpo, meu corpo todo ficou dormente e foi com grande dificuldade que consegui voltar e sentar ao lado de minha amiga, percebendo meu estado ela comentou: ‘você não deveria ler todos os tipos de livros. Os membros de sua família ficarão zangados com você, não precisa ler tais livros com tão pouca idade. Ler alguma coisa pode ser bom, mas não passar vinte e quatro horas por dia lendo livros desse tipo’. Naquela época eu passava o tempo todo lendo livros espirituais como o Bhagavad-Gita, etc. Eu curiosamente abri o Ramanavydia pela primeira vez e assim que o fiz vi uma foto do jovem Bhagavan, cai no chão com o impacto de ver a foto. Que livro é esse eu pensei. ‘Não leia esse livro, minha amiga avisou-me, acho que esse livro vai mudar a sua vida’. Eu não dei ouvidos a ela e levei o livro para a cama comigo, estava com medo que eu pudesse desmaiar de novo. Então, deitei na cama para ler. Conforme li o livro fiquei tão absorvida, meus olhos ficavam fechando, meu estado foi mudando, ali eu entendi que aquilo que eu estava experimentando era meditação como descrita por Bhagavan.
Naquela
época, não era permitido que as mulheres deixassem suas casas, muito menos que saíssem
de sua cidade. Entretanto, após ter lido o Ramanavidya senti que antes de morrer
eu deveria encontrar Ramana Maharshi, não importando o que acontecesse. O livro
me deu essa determinação, porém eu não podia deixar minha casa imediatamente,
demoraram dois anos até que tive êxito. Sai de casa ardilosamente com a ajuda
de meu irmão. Ele também era uma pessoa espiritual e é um Sadhu hoje. Cheguei à
Tiruvanamalai com a ajuda de um servo. Chegando lá, fiquei tomada de culpa por
ter fugido de casa e de remorso por ter feito a coisa errada para conseguir
coisas boas. Sentia que queria ter nascido em alguma outra família, fiquei
muito deprimida. Fui até Bhagavan no Domingo. Na parte de fora do antigo salão,
fui até o escritório perguntar sobre Bhagavan e me disseram que ele estava
perto do poço. Quando cheguei no poço não consegui ver Bhagavan, mas apenas uma
grande chama. ‘Perguntei onde encontrar Bhagavan e eles me mandaram para um
local de sacrifícios’, pensei comigo mesma. Conforme permaneci ali Bhagavan
apareceu naquele exato local. Na hora pensei que tinha tido aquela ilusão de
ter visto o fogo porque eu tinha vindo do sol quente. Foi apenas depois que
percebi que Bhagavan tinha me concedido o Shudi Darshana, eu podia sentir seu
Purana em meu coração. Bhagavan disse: ‘você chegou em casa, sente-se’. Sentei
na frente dele, mas não perguntei nada. Haviam tantas pessoas por lá e eu não
estava acostumada com isso. Eu não fazia ideia do que perguntar a ele. Fiquei
três dias sentada na frente dele, entretanto, o sentimento de culpa por ter
fugido de casa continuava me assolando. Um dia Bhagavan disse: ‘eu fugi de casa
também, temia que alguém me capturasse e me levasse de volta para casa, eu
fugia como um ladrão, se foi tão difícil para mim, quão mais difícil seria para
uma mulher’. Essas palavras dele varreram completamente meu sentido de culpa. Aquelas
palavras removeram também qualquer resíduo de medo em mim. Desde lá eu fui até
a montanha sozinha inúmeras vezes até mesmo a noite, sem falar para ninguém.
Não havia mais medo. Se tivesse medo como poderia ficar por aqui nas montanhas sozinha.
A respeito
de minha fuga, Bhagavan disse que talvez isso fosse necessário. ‘Eu tinha 16
quando vim para este lugar. Ademais ela é uma jovem mulher, é assim que a pessoa
deve fazer se for necessário. O que há de errado nisso’.
Na ocasião
da morte de Bhagavan, vi naquela noite uma linda luz azul subindo aos céus,
naquele momento eu sabia que ele tinha abandonado o corpo físico. Eu não queria
mais viver depois disso, então comecei a jejuar esperando morrer daquele jeito.
Por seis dias não toquei em comida. E durante aquele período tive várias
visões. Em uma delas fui levada para dentro de uma caverna na montanha, onde vi
alguns rishis realizando um ritual. Sri Bhagavan estava sentado entre eles, ele
disse: ‘Por que você está chorando? Por que esta angústia? Você diz que eu fui
embora, mas para onde eu fui, estou aqui você não pode me ver?’ Alguns rishis
trouxeram prasad, Sri Bhagavan pegou um pouco e ofereceu a mim. Eu não lembrava
no sonho que estava de jejum e comi a prasad, por 5 dias depois disso o cheiro
daquela prasad ficou comigo. Então, aquilo foi um sonho ou foi realidade? Eu
considero isso como sendo a graça de Bhagavan. No dia seguinte comecei a comer.
Daquele dia em diante eu não tenho essa dúvida se Bhagavan nos deixou, ele
permeia a tudo. Está em toda parte. Não senti mais tristeza em meu coração. Certamente
ele está aqui também.
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