Já disse
que existem pessoas que estão sedentas e famintas pela verdade. Se elas
examinarem os problemas da vida e forem sinceras com relaçâo a si mesmas, muito
em breve ficarão convencidas que não é possível viver como têm vivido e serem o que
têm sido até então.
É
essencial que haja uma saída dessa situação.
O homem pode desenvolver suas capacidades e poderes ocultos apenas ao limpar sua máquina da sujeira que se acumulou nela no curso de sua vida. Mas de modo a poder empreender essa limpeza de uma maneira mais racional, ele tem de ver aonde, como e o quê deve ser limpo. Mas ver isso de si mesmo é quase impossível. Para poder ver algo, a pessoa tem que ver de fora, ajuda mútua é necessária.
O homem pode desenvolver suas capacidades e poderes ocultos apenas ao limpar sua máquina da sujeira que se acumulou nela no curso de sua vida. Mas de modo a poder empreender essa limpeza de uma maneira mais racional, ele tem de ver aonde, como e o quê deve ser limpo. Mas ver isso de si mesmo é quase impossível. Para poder ver algo, a pessoa tem que ver de fora, ajuda mútua é necessária.
Se você
lembrar do exemplo que eu dei (da identificação*) você verá o quão cega uma
pessoa está quando se identifica com seus humores, sentimentos e pensamentos.
Mas a nossa dependência das coisas está limitada apenas ao que pode ser
observado num primeiro balanço? Pois essas coisas estão tão em evidência que
não podem passar desapercebidas. Lembrem-se quando falamos sobre o caráter das
pessoas, dividindo-as grosseiramente em boas e más. Conforme a pessoa começa a
conhecer a si mesma, ela descobre novos domínios de sua vontade, vê que o seu "eu
quero" não tem poder algum. Descobre domínios que não estão sujeitos a ela, coisas tão
confundidas e sutis que é impossível encontrar uma saída delas sem ajuda de
algum guia que tenha a autoridade para isso, sem a ajuda de alguém que conheça.
Brevemente,
esse é o estado das coisas no reino do autoconhecimento: para fazer, a pessoa
deve conhecer, mas para conhecer é preciso descobrir 'como' conhecer. Não podemos
descobrir isso por nós mesmo.
Além do
autocohecimento, há um outro lado da busca - o autodesenvolvimento.
É claro
que aqui também a pessoa que é deixada apenas com seus próprios recursos não pode
adquirir o conhecimento de como desenvolver a si mesma e, ainda menos, o que
exatamente desenvolver.
Gradualmente,
ao encontrar pessoas que estão buscando e ao conversar com elas e ler livros
relevantes, ela é atraída para uma esfera de questões relacionadas ao
autodesenvolvimento.
E o que encontrará ali? Primeiramente, um abismo de charlatanismo imperdoável. Mas
antes que aprenda a separar o joio do trigo, um longo tempo deve passar e talvez
o próprio impulso de encontrar a verdade irá se esvair e abandoná-la.
Portanto,
quanto mais a pessoa estuda os obstáculos e enganos que aguardam a cada passo
nessa esfera, mais se torna convencida de que é impossível trilhar esse caminho do
autodesenvolvimento seguindo instruções casuais de pessoas casuais ou do tipo de
informação selecionada de conversas e leituras casuais.
O Grande
Conhecimento é transmitido sucessivamente de era a era, de pessoa para pessoa,
de raça para raça. Os grandes centros de iniciação na Índia, Assíria, Egito,
Grécia iluminam o mundo com uma luz brilhante. Os nomes reverenciados dos
Grandes Iniciados , os portadores vivos da Verdade, são passados com reverência
de geração para geração. A Verdade está fixada através de escritos simbólicos e
lendas e é assim transmitida para o povo para a sua preservação na forma de
costumes e diferentes cerimônias.
(Em
transmissões orais, memoriais, arte sagrada, tais como as danças sagradas,
música, escultura e vários rituais e costumes.) Após algum período
experimental definido é transmitida abertamente para aqueles que buscam-na e
é preservada pela tradição oral na corrente daqueles que são conhecedores. Depois de
passado um certo período, esses centros de iniciação morrem um após o outro e o
conhecimento antigo parte para os canais subterrâneos, nas profundezas,
ocultando-se dos olhos dos buscadores.
Os
detentores do conhecimento também se ocultam, tornam-se desconhecidos daqueles
que os circundam, mas eles não deixam de existir.
De tempos
em tempos as correntes rompem para a superfície, mostrando que em algum lugar bem
profundo a poderosa corrente do antigo conhecimento e ser antigos continua a
fluir mesmo em nossos dias.
Atravessar
para essa corrente, encontrá-la, é a tarefa e o objetivo da busca. Pois, tendo
encontrado, a pessoa pode confiar-se inteiramente ao caminho que pretende trilar. Então resta apenas "fazer" para poder
"saber" e "ser".
Nesse
caminho a pessoa não estará totalmente sozinha. Em momentos difíceis ela
receberá suporte e orientação, pois todos os buscadores que seguem esse caminho
estão conectados por uma corrente ininterrupta.
Para uma
pessoa que está buscando com todo o seu ser, com todo o seu eu interior, vem uma
convicção infalível de que descobrir como 'conhecer' de modo a 'fazer' é possível
apenas ao encontrar um guia com experiência e conhecimento.
E é aqui
que o faro da pessoa é mais importante do que em qualquer lugar. Todo buscador
geralmente sonha com tal guia, mas raramente questiona-se sincera e
objetivamente: se ele mesmo é digno de ser guiado, se está pronto para seguir o
caminho.
Pergunte
a si mesmo. O que você quer? Onde você tem a intenção de ir? O que você está
empreendendo? E será que aquilo que você quer é apenas um devaneio?
Questione-se
a respeito de seus objetivos e expectativas, suas intenções e meios de
alcança-las. Sobre as demandas que poderão recair sobre você e a respeito de
seu preparo para atendê-las.
Um
caminho difícil e longo está diante de você. Você está se preparando para um
terreno estranho e desconhecido. O caminho é infinitamente longo, Você não sabe
se será possível descansar no caminho. Você deve estar preparado para o pior.
Meça a
sua força. Será ela suficiente para toda a jornada e o quão breve você pode
iniciar?
Cada
minuto é precioso. Uma vez decidido ir não a motivo para perder tempo.
Não
cogite tentar voltar para trás. Esse experimento pode custar caro. O guia se
propõe apenas a levar-lhe para lá e se você desejar voltar ele não tem
obrigação de voltar om você. Você será deixado sozinho e aflições recairão
sobre você se se você fraquejar ou esquecer o Caminho. Você jamais voltará. E
mesmo se você lembrar-se do Caminho, a questão ainda permanecerá< você
retornará a salvo e inteiro? Pois muitos infortúnios esperam o viajante
solitário que não está familiarizado com o Caminho e os costumes que vogam lá.
Tenha em mente que a sua visão tem a propriedade de representar objetos
distantes como se estivessem perto de você. Enganado pela proximidade da meta,
cegado por sua beleza e ignorante da
medida de sua própria força, você não notará os obstáculos no caminho, não verá
as valas que confundem o caminho. Num prado verdejante coberto de flores
luxuriosas, na mata espessa um abismo está escondido. É muito fácil tropeçar e
cair nele se os seus olhos não estiverem concentrados no passo que você está
dando. Não esqueça de concentrar toda a sua atenção no setor mais próximo do
caminho. Não se preocupe com objetivos distantes se você não quiser cair no
precipício.
Ainda
assim não esqueça do seu objetivo. Lembre-se dele o tempo todo e mantenha um
empenho ativo nessa direção, de modo a não perder a direção correta. E uma vez
que você tiver começado esteja atento, porque as coisas que você tiver passado
ficarão para trás e não surgirão novamente. Assim, se você falhar em notar
aquilo naquele determinado momento, você não notará nunca mais. Não seja curioso
de mais, nem desperdice tempo em coisas que atraem sua atenção sem merecimento.
O tempo é
precioso e não deve ser desperdiçado em coisas que não tem relação direta com
sua tarefa.
Lembre-se
onde você está e por que você está aqui.
Não se
poupe e lembre-se que nenhum esforço é feito em vão.
*Pesquisar no blog o termo 'identificação' para a melhor compreensão.
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