Após muitos dias descobri o meu Ser. Eu não sou limitado com qualidades, estou além das qualidades. Depois de muitos dias esse encontro de mim comigo mesmo aconteceu. Até então ele achava que ele era apenas um Jiva e estava feliz naquela ignorância, mas agora ele reconheceu a Si mesmo.
Da mesma maneira que o oleiro estava obcecado com a ideia de que ele era um asno, esse Jiva estava entregando-se a uma ilusão parecida. As pessoas dão tudo ao corpo apenas, mas dizem que ‘eu comi’, ‘eu fiz isso’. De certa forma o Jiva estava invejando e desejando algo que era de outra pessoa.
Esse é um tipo de libertinagem, favorecer-se excessivamente daquilo que não é seu. Dizer que o dinheiro de outra pessoa é o nosso dinheiro, que a religião de outra pessoa é a nossa religião e agir de acordo com isso é uma libertinagem. Aquele que diz que as coisas do outro são suas é um pecador. Aquele que estava agindo dessa maneira e assumindo os deveres de outra pessoa, encontrou a Si mesmo depois de muitos e muitos dias. Aquele que até então estava dizendo ‘eu’, provou que isso era uma afirmação falsa.
Quando a Verdadeira Natureza do Ser é reconhecida, experimentamos que toda a felicidade do mundo é a nossa felicidade. Assim que o véu da dualidade é removido todos os pronomes da gramática, tal como: eu, você, eles, ela, etc. acabam. A dualidade que cria essas diferenças acaba completamente, então tudo se torna aquela Vastidão. O ‘Grande Reservatório do Conhecimento’ foi aberto. Aquele que é o servo aos pés do Sadguru descobre que esse mundo todo está preenchido com seu próprio Ser, ou Soham, ‘eu sou Ele’. Enquanto que para o homem que não é devoto do Guru este mundo aparece como ‘quem sou eu?’
Foi perguntado para um homem: ‘como é esta cidade?’ Ele disse: ‘esta cidade é como a sua língua’. Qual é o verdadeiro sabor da própria língua? Para aquele que é Brahman, o mundo todo é apenas Brahman. Se você é bom, este mundo é bom. Em outras palavras, o mundo aparece de acordo com o seu próprio ponto de vista, seu conceito. Apenas aquele que vê que este mundo é Brahman é ele mesmo Brahman.
E homem de conhecimento, o Jnani, que vê a Si mesmo como Ele realmente é. Este mundo revela sua ‘Realidade’ apenas para o Jnani. Enquanto que ele mostra todas as suas várias formas para o ignorante. Este mundo parece ser cheio de variedade para aqueles que não são devotos. E ele é um, para o devoto do Sadguru. De fato, a pessoa que é ignorante tem dois olhos. de forma que eles mostram a dualidade. Este mundo é chamado de dunya, que significa dois. Aquele que é ignorante verá apenas dualidade. A ignorância é nascida do dois.
Ao filho do Guru foi dado um olho e ambos os olhos antigos, os olhos que viam a dualidade, foram removidos. Isso porque o que eles mostram é falso. Assim como os olhos duais são falsos, o mundo que é visto por eles também é falso. Ao discípulo do Sadguru foi dado um olho e sendo ele apenas um, ele vê apenas um sem um segundo. O véu da dualidade foi removido. O véu da ilusão foi rasgado, o sentido de unidade surgiu e toda divisão foi embora. Anteriormente você estava iludido, agora que o desengano se foi junto com esse sentido de se estar separado, a unidade foi provada. Os cinco elementos se foram, os planetas se foram e os pregadores da ilusão foram arrancados de seu palanque.
Uma única combinação planetária (a unidade com o conhecimento) está no destino de todos. Aquela constelação não muda e o seu proprietário não muda. Todos os planetas, juntamente com suas influências agora terminaram e as três qualidades (raja, tamas e satva) se foram junto com os seis inimigos (a raiva, a luxúria, a ganância, o desejo, o anseio e o orgulho). Os deuses Vishnu, Brahma e Shiva todos foram para seus respectivos lugares e apenas Paramatman permanece. Acabou a obsessão com os cinco elementos. O trânsito de Saturno e a fase dos sete anos e meio de infortúnio que estava associada com ele também terminou. O Jiva que era perturbado pelos cinco fantasmas dos elementos dissolveu-se. Apenas o Deus eterno, que jamais muda, permanece. Originalmente, Ele era puro e imaculado e através da discriminação Ele reconquistou sua Pureza. Ao existir entre os homens Deus pensou ser ele mesmo um ser humano e na ilusão ele estava chamando a Si mesmo de ‘eu’.
Hanuman pensava que era um macaco antes de se encontrar com Rama. Quando ele encontrou Sadguru, Rama, ele se tornou um com Rama tanto dentro quanto fora. Ele quebrou a guirlanda de joias para ver se Rama estava dentro dela. Depois ele rasgou seu peito para provar para Sita que Rama morava dentro dele. Naquele momento Rama disse: 'meu querido, porque você rasgou o seu peito? e não são essas joias também um com Rama?'
O que que existe que não contém Rama? Quando os dois olhos são oferecidos ao Sadguru, o qual é Rama, a pessoa obtém o 'olho uno', esse é o 'olho do conhecimento'. Rama, que está permeando todas as coisas, é visível apenas para esse terceiro olho. Aquele que estava sentindo 'do que era seu', ganhou isso de volta.
Somos os Reis e somos os servos, somos o Deus e os adoradores, somos a terra os rios. Ele tornou-se tudo Ele mesmo, e então obtém o que é seu Seu. O nascimento e a morte foram dissolvidos. Rama falou para Hanuman: 'você é eterno'.
Agora o Sadguru, que a Rama, diz: 'todos vocês macacos, vocês são Hanuman. Portanto, sejam Hanuman.’ Isso significa que vocês deveriam assassinar o ego. A palavra 'Hana' significa assassinar ou sacrificar, a palavra ‘maan’ significa orgulho ou o ego. Apenas quando o ego é sacrificado o homem se torna Hanuman. Estou falando para todos vocês serem Brahman. Acabado está o nascimento e a morte para aquele que vê a Si mesmo.