Maharaj: O que quer que seja visto ou sentido na Totalidade, a qual é como o espaço, é a manifestação universal – Brahman. Mas “formas” emanaram e elas são sentidas como sendo separadas e isoladas umas das outras.
Para um Jnani tudo é Brahman – é Sua expressão apenas. Cada ser vivo tem o sentido de presença. Esse sentido identifica-se com a forma do corpo e dessa forma opera no mundo. O sentido de presença de ser tem um tremendo potencial, particularmente no corpo humano, pois os sentidos do corpo nesta espécie estão desenvolvidos no mais alto grau.
Esse sentido de ser, o qual é a consciência, tem a capacidade de dar-se conta de sua verdadeira natureza e residir no estado Iswara, ou seja, o estado divino. As escrituras antigas, os quatro Vedas, afirmaram que esse sentido de ser é o puro Brahman apenas, o que também é confirmado pelos sábios e santos.
Um borrifar de água do oceano contém inúmeras gotículas. Mas elas são o oceano quando não estão separadas do oceano. Com a separação há gotas individuais. Não obstante, o gosto salgado da água, seja do oceano ou das gotas, é o mesmo. Assim como o gosto salgado está presente no oceano inteiro, o sentido de ser, ou o sentido de “eu sou”, na forma humana tem a capacidade inerente de ser todo-permeante. Porém, tendo se condicionado e dessa maneira limitado a si mesmo à forma do corpo, ele está interessado apenas em proteger e preservar o corpo.
Como um resultado do surgimento das formas dos corpos, essa consciência manifesta, aparentemente fragmentou-se. Mas essa fragmentação deve ser vista apenas no que diz respeito às formas dos corpos porque na realidade a consciência prevalece, tanto dentro quanto fora dos corpos.
A mente é a efusão das cinco energias vitais* no corpo, conhecidas como os pancha-pranas. Ela glorifica-se nas, e regozija-se com, as impressões - os sanskaras - que são recebidas de fora através dos sentidos do corpo. Mas a mente pode purificar-se ao associar-se com os santos e sábios, que para esse propósito recomendam práticas diversas, como cantar os nomes sagrados de Deus, fazer penitências, etc.
Na qualidade de um fenômeno natural, o puro Brahman dinâmico inconscientemente veste vários corpos como trajes e então opera através deles. Isso resulta na percepção do mundo que acontece através dos sentidos dos corpos. Mas dentro desse processo o princípio que reside internamente - isto é, o sentido de “eu-sou-ência” (I-am-ness) – adota o corpo como sendo ele mesmo e age em resposta aos ditames e demandas do corpo. Mas a despeito de todas essas distorções e modificações, o sentido de “eu-sou-ência” (I-am-ness) permanece inalterado em sua natureza inerente. No exato momento que esse puro Brahman dinâmico, o qual é a força motivadora por trás do funcionamento do corpo, interrompe o seu ímpeto, o corpo entra em desarranjo, o que é comumente chamado de “morte”.
Desse modo, a consciência não vai a lugar nenhum, meramente seu funcionamento através do corpo morto é então extinto ali e o puro Brahman dinâmico permanece não afetado.
Enquanto o sentido de ser ou a consciência residindo no corpo não der-se conta de sua verdadeira natureza, ela estará fadada a identificar-se com o corpo e com todas as suas ações alegando a autoria delas. Mas como resultado dessa alegação, ela é sujeitada a um intenso sofrimento quando o corpo começa a desintegrar-se, aproximando-se da morte.
Em um corpo saudável, o movimento da respiração vital é claramente sentido. Mas quando a morte ocorre, o alento vital abandona o corpo e o movimento pára instantaneamente. Entretanto, no caso de Brahman, não existe de modo algum a questão de movimento e Ele continua a ser onipresente. O ponto a ser entendido claramente é que quando o corpo morre, esse princípio básico – o puro Brahman – não se vai e nem prossegue para lugar nenhum como uma entidade individual, simplesmente porque ele sempre permeia tudo e está infiltrado em toda parte. Porém, no momento da “morte” do corpo, sua expressão através daquele corpo afasta-se então de vista apenas ali.
Quando um instrumento musical é tocado, o som que emana dele preenche o espaço ao redor. Mas no momento em que o instrumento deixa de ser tocado, o som não viaja mais para nenhum lugar, ele diminui e chega ao fim.
Atualmente, a forma deste corpo é o produto dos cinco elementos (terra, água, fogo, ar e espaço). Esses elementos são criados a partir do atman. Mas como podemos reconhecer esse atman? É ao entendermos o conhecimento “eu sou” - o atman-jnana. Assim como o espaço é todo penetrante, também o conhecimento “eu sou” é todo-penetrante, ilimitado e infinito. Que estranho um princípio tão supremo ser tratado como se ele fosse o corpo! Todos os sofrimentos devem-se a essa identidade enganada. Se você der ao “eu sou” a honra mais elevada, você não passará nem por sofrimento nem pela morte.
O nascimento e a morte são boatos. Um nascimento indica o nascimento de um corpo e esse é formado dos sumos dos alimentos. Não existe a questão do atman necessitar entrar em um corpo, uma vez que ele já está em toda a parte, como o céu. Se um corpo é saudável, seu funcionamento se iniciará naturalmente por causa da prevalência do princípio-atman. Esse princípio é imortal e indestrutível. Se você quer ter um gosto dele, compreenda claramente que ele não é nada além do que o conhecimento “você é”, o toque de “eu-sou-ência”. Não esqueça esse princípio básico.
Esse grande princípio - o atman – permanece não afetado por quaisquer ações que você faça baseado na sua identidade-corpo. Não obstante, o toque de “eu-sou-ência” aparece apenas quando um corpo-comida está disponível. Quando você afirma “sou muito forte e saudável”, isso significa que muita comida salutar foi consumida e digerida por você para fazer o seu corpo forte. Mas o corpo não é o seu sentido de ser. Mesmo que ele seja forte ele deve ser reabastecido diariamente com comida e água. A respiração vital, sem lábios ou língua, mastiga e suga as essências dos alimentos do corpo, enquanto a mente canta em louvor das impressões coletadas externamente através dos sentidos do corpo. E você, por sua vez, sente como se fosse você que estivesse fazendo todas essas atividades, alegando-as como “suas”.
Vamos chamar esse sentido de ser de guna – isto é, qualidade ou jnana – que significa o conhecimento “eu sou”. Esse guna ou jnana existe sempre de maneira latente numa partícula de alimento. Assim, onde quer que uma forma de alimento esteja disponível, essa qualidade latente manifesta-se inicialmente como movimento e pulsação, e posteriormente como a mente.
O princípio supremo todo-penetrante cuja expressão através do corpo é chamada guna é nomeado como Sagunabrahman nos Vedas. O nome tem vários significados como “amor por ser”, o sentido de “eu-sou-ência”, o sentido de existência, etc. Esse estado não tem nome ou forma, assim como até mesmo a mente não tem forma. Apenas um corpo-comida tem forma.
Esse próprio princípio expressa-se na forma de vermes e germes que surgem num corpo humano em decomposição. Onde quer que uma sobra de comida seja jogada fora e deixada para decompor, você encontrará formas vivas rastejando por dentro e fora dela. O doador da vida, Sagunabrahman, anima as formas-comida sempre que as condições são favoráveis, mas sua expressão varia de acordo com as formas. Desse modo, reconhecemo-las como vermes, insetos, aves, animais e assim por diante, por suas próprias formas.
O próprio Sagunabrahman, quando manifesto através de um corpo humano, tem o potencial de conduzir o buscador ao Mais Elevado, contanto que ele seja compreendido e percebido corretamente. E o Sagunabrahman não é nada além do seu sentido de ser e reside em cada corpo humano. Ao permanecer nesse estado, o nascimento e a morte serão transcendidos. Para esse propósito você não tem de praticar rituais ou disciplinas espirituais. Apenas esteja antes da mente, apenas seja.
Muitas pessoas estão ocupadas em nome da espiritualidade, fazendo penitências, cantando os nomes sagrados, fazendo peregrinações e aderindo a outras disciplinas visando sua salvação. Deixe-as fazer o que quiserem. Provavelmente é requerido que elas purifiquem os pecados de seu passado de acordo com seu prarabdha (destino).
Se você vir a encontrar um sábio que tenha realizado sua verdadeira natureza, não lhe será requerido fazer nada no caminho das disciplinas espirituais. Isso porque através de seu ensinamento ele lhe revelará sua verdadeira natureza, como se colocasse um espelho diante de você.
Muitos supostos sábios deslocam-se de lugar em lugar para propagar seu conhecimento espiritual. Mas por que eu perambularia por aí e aonde eu iria? Em meu estado verdadeiro estou em toda parte. Isso será realizado por você quando você residir no conhecimento “eu sou”.
Você vai até o seu tio ou seu primo porque você está relacionado a eles pelo corpo. Mas se você está em toda parte, por que você deveria sair por aí? Se você se embeber plenamente do que eu expus, nenhuma disciplina espiritual será requerida de você.
Com essa compreensão você observará e concluirá que quaisquer atividades espirituais ou mundanas estão acontecendo através de você, elas são meramente entretenimentos para passar o tempo e que elas são apenas o funcionamento do princípio dinâmico manifesto – maya.
Residir no conhecimento “eu sou” é nossa verdadeira religião – o svadharma. Mas em vez de seguir isso você optou por ser irreligioso, a submeter-se aos ditames de seus conceitos, o que o levou a acreditar que você é um corpo. Esse engano garantiu-lhe apenas o medo da morte.
Se seu corpo não for suprido com comida, ele vai ficar cada vez mais fraco e um dia seu alento vital irá abandonar o corpo. As pessoas dirão que você está morto, mas você não terá a informação. Pode ser que você seja pecaminoso, mas isso é apenas no que diz respeito à sua identidade como um corpo, desse modo também a sua morte refere-se à identidade do corpo.
Por favor, aprenda isto claramente: que Você – o Absoluto – desprovido de qualquer identidade corporal, é completo, perfeito e Não-nascido. Mas você é acusado de milhões de nascimentos nas vidas passadas. Em conexão com isso, você poderia me falar ao menos de um dos seus nascimentos passados, você se lembra? Não vá pelo que os outros dizem, mas fale honestamente apenas de sua própria experiência direta. Na realidade, você nunca teve um nascimento. Muitas formas estão aparecendo e desaparecendo como um resultado da interação dos cinco elementos. Nessa interação onde está você e o que é você? E onde está a questão de você ir e vir? O que são essas religiões e seitas? Não são meramente propagações das amáveis idéias dos sábios e profetas para os quais alguns conceitos ocorreram? E isso pôde acontecer porque os sábios e profetas reconheceram primeiramente o seu sentido de ser. Então eles meditaram e habitaram nele e finalmente transcenderam-no, o que resultou na Realização Última. Depois disso, qualquer conhecimento que tenha brotado deles espontaneamente tornou-se as religiões e as seitas de seus seguidores, devido ao seu envolvimento emocional.
O fato mais importante a ser entendido é apenas este: Se o toque do sentido de existência existe, então todas as coisas existem. Se o sentido de existência não está presente, os cosmos não estão presentes e não há nada.
Vocês têm alguma pergunta agora?
Para um Jnani tudo é Brahman – é Sua expressão apenas. Cada ser vivo tem o sentido de presença. Esse sentido identifica-se com a forma do corpo e dessa forma opera no mundo. O sentido de presença de ser tem um tremendo potencial, particularmente no corpo humano, pois os sentidos do corpo nesta espécie estão desenvolvidos no mais alto grau.
Esse sentido de ser, o qual é a consciência, tem a capacidade de dar-se conta de sua verdadeira natureza e residir no estado Iswara, ou seja, o estado divino. As escrituras antigas, os quatro Vedas, afirmaram que esse sentido de ser é o puro Brahman apenas, o que também é confirmado pelos sábios e santos.
Um borrifar de água do oceano contém inúmeras gotículas. Mas elas são o oceano quando não estão separadas do oceano. Com a separação há gotas individuais. Não obstante, o gosto salgado da água, seja do oceano ou das gotas, é o mesmo. Assim como o gosto salgado está presente no oceano inteiro, o sentido de ser, ou o sentido de “eu sou”, na forma humana tem a capacidade inerente de ser todo-permeante. Porém, tendo se condicionado e dessa maneira limitado a si mesmo à forma do corpo, ele está interessado apenas em proteger e preservar o corpo.
Como um resultado do surgimento das formas dos corpos, essa consciência manifesta, aparentemente fragmentou-se. Mas essa fragmentação deve ser vista apenas no que diz respeito às formas dos corpos porque na realidade a consciência prevalece, tanto dentro quanto fora dos corpos.
A mente é a efusão das cinco energias vitais* no corpo, conhecidas como os pancha-pranas. Ela glorifica-se nas, e regozija-se com, as impressões - os sanskaras - que são recebidas de fora através dos sentidos do corpo. Mas a mente pode purificar-se ao associar-se com os santos e sábios, que para esse propósito recomendam práticas diversas, como cantar os nomes sagrados de Deus, fazer penitências, etc.
Na qualidade de um fenômeno natural, o puro Brahman dinâmico inconscientemente veste vários corpos como trajes e então opera através deles. Isso resulta na percepção do mundo que acontece através dos sentidos dos corpos. Mas dentro desse processo o princípio que reside internamente - isto é, o sentido de “eu-sou-ência” (I-am-ness) – adota o corpo como sendo ele mesmo e age em resposta aos ditames e demandas do corpo. Mas a despeito de todas essas distorções e modificações, o sentido de “eu-sou-ência” (I-am-ness) permanece inalterado em sua natureza inerente. No exato momento que esse puro Brahman dinâmico, o qual é a força motivadora por trás do funcionamento do corpo, interrompe o seu ímpeto, o corpo entra em desarranjo, o que é comumente chamado de “morte”.
Desse modo, a consciência não vai a lugar nenhum, meramente seu funcionamento através do corpo morto é então extinto ali e o puro Brahman dinâmico permanece não afetado.
Enquanto o sentido de ser ou a consciência residindo no corpo não der-se conta de sua verdadeira natureza, ela estará fadada a identificar-se com o corpo e com todas as suas ações alegando a autoria delas. Mas como resultado dessa alegação, ela é sujeitada a um intenso sofrimento quando o corpo começa a desintegrar-se, aproximando-se da morte.
Em um corpo saudável, o movimento da respiração vital é claramente sentido. Mas quando a morte ocorre, o alento vital abandona o corpo e o movimento pára instantaneamente. Entretanto, no caso de Brahman, não existe de modo algum a questão de movimento e Ele continua a ser onipresente. O ponto a ser entendido claramente é que quando o corpo morre, esse princípio básico – o puro Brahman – não se vai e nem prossegue para lugar nenhum como uma entidade individual, simplesmente porque ele sempre permeia tudo e está infiltrado em toda parte. Porém, no momento da “morte” do corpo, sua expressão através daquele corpo afasta-se então de vista apenas ali.
Quando um instrumento musical é tocado, o som que emana dele preenche o espaço ao redor. Mas no momento em que o instrumento deixa de ser tocado, o som não viaja mais para nenhum lugar, ele diminui e chega ao fim.
Atualmente, a forma deste corpo é o produto dos cinco elementos (terra, água, fogo, ar e espaço). Esses elementos são criados a partir do atman. Mas como podemos reconhecer esse atman? É ao entendermos o conhecimento “eu sou” - o atman-jnana. Assim como o espaço é todo penetrante, também o conhecimento “eu sou” é todo-penetrante, ilimitado e infinito. Que estranho um princípio tão supremo ser tratado como se ele fosse o corpo! Todos os sofrimentos devem-se a essa identidade enganada. Se você der ao “eu sou” a honra mais elevada, você não passará nem por sofrimento nem pela morte.
O nascimento e a morte são boatos. Um nascimento indica o nascimento de um corpo e esse é formado dos sumos dos alimentos. Não existe a questão do atman necessitar entrar em um corpo, uma vez que ele já está em toda a parte, como o céu. Se um corpo é saudável, seu funcionamento se iniciará naturalmente por causa da prevalência do princípio-atman. Esse princípio é imortal e indestrutível. Se você quer ter um gosto dele, compreenda claramente que ele não é nada além do que o conhecimento “você é”, o toque de “eu-sou-ência”. Não esqueça esse princípio básico.
Esse grande princípio - o atman – permanece não afetado por quaisquer ações que você faça baseado na sua identidade-corpo. Não obstante, o toque de “eu-sou-ência” aparece apenas quando um corpo-comida está disponível. Quando você afirma “sou muito forte e saudável”, isso significa que muita comida salutar foi consumida e digerida por você para fazer o seu corpo forte. Mas o corpo não é o seu sentido de ser. Mesmo que ele seja forte ele deve ser reabastecido diariamente com comida e água. A respiração vital, sem lábios ou língua, mastiga e suga as essências dos alimentos do corpo, enquanto a mente canta em louvor das impressões coletadas externamente através dos sentidos do corpo. E você, por sua vez, sente como se fosse você que estivesse fazendo todas essas atividades, alegando-as como “suas”.
Vamos chamar esse sentido de ser de guna – isto é, qualidade ou jnana – que significa o conhecimento “eu sou”. Esse guna ou jnana existe sempre de maneira latente numa partícula de alimento. Assim, onde quer que uma forma de alimento esteja disponível, essa qualidade latente manifesta-se inicialmente como movimento e pulsação, e posteriormente como a mente.
O princípio supremo todo-penetrante cuja expressão através do corpo é chamada guna é nomeado como Sagunabrahman nos Vedas. O nome tem vários significados como “amor por ser”, o sentido de “eu-sou-ência”, o sentido de existência, etc. Esse estado não tem nome ou forma, assim como até mesmo a mente não tem forma. Apenas um corpo-comida tem forma.
Esse próprio princípio expressa-se na forma de vermes e germes que surgem num corpo humano em decomposição. Onde quer que uma sobra de comida seja jogada fora e deixada para decompor, você encontrará formas vivas rastejando por dentro e fora dela. O doador da vida, Sagunabrahman, anima as formas-comida sempre que as condições são favoráveis, mas sua expressão varia de acordo com as formas. Desse modo, reconhecemo-las como vermes, insetos, aves, animais e assim por diante, por suas próprias formas.
O próprio Sagunabrahman, quando manifesto através de um corpo humano, tem o potencial de conduzir o buscador ao Mais Elevado, contanto que ele seja compreendido e percebido corretamente. E o Sagunabrahman não é nada além do seu sentido de ser e reside em cada corpo humano. Ao permanecer nesse estado, o nascimento e a morte serão transcendidos. Para esse propósito você não tem de praticar rituais ou disciplinas espirituais. Apenas esteja antes da mente, apenas seja.
Muitas pessoas estão ocupadas em nome da espiritualidade, fazendo penitências, cantando os nomes sagrados, fazendo peregrinações e aderindo a outras disciplinas visando sua salvação. Deixe-as fazer o que quiserem. Provavelmente é requerido que elas purifiquem os pecados de seu passado de acordo com seu prarabdha (destino).
Se você vir a encontrar um sábio que tenha realizado sua verdadeira natureza, não lhe será requerido fazer nada no caminho das disciplinas espirituais. Isso porque através de seu ensinamento ele lhe revelará sua verdadeira natureza, como se colocasse um espelho diante de você.
Muitos supostos sábios deslocam-se de lugar em lugar para propagar seu conhecimento espiritual. Mas por que eu perambularia por aí e aonde eu iria? Em meu estado verdadeiro estou em toda parte. Isso será realizado por você quando você residir no conhecimento “eu sou”.
Você vai até o seu tio ou seu primo porque você está relacionado a eles pelo corpo. Mas se você está em toda parte, por que você deveria sair por aí? Se você se embeber plenamente do que eu expus, nenhuma disciplina espiritual será requerida de você.
Com essa compreensão você observará e concluirá que quaisquer atividades espirituais ou mundanas estão acontecendo através de você, elas são meramente entretenimentos para passar o tempo e que elas são apenas o funcionamento do princípio dinâmico manifesto – maya.
Residir no conhecimento “eu sou” é nossa verdadeira religião – o svadharma. Mas em vez de seguir isso você optou por ser irreligioso, a submeter-se aos ditames de seus conceitos, o que o levou a acreditar que você é um corpo. Esse engano garantiu-lhe apenas o medo da morte.
Se seu corpo não for suprido com comida, ele vai ficar cada vez mais fraco e um dia seu alento vital irá abandonar o corpo. As pessoas dirão que você está morto, mas você não terá a informação. Pode ser que você seja pecaminoso, mas isso é apenas no que diz respeito à sua identidade como um corpo, desse modo também a sua morte refere-se à identidade do corpo.
Por favor, aprenda isto claramente: que Você – o Absoluto – desprovido de qualquer identidade corporal, é completo, perfeito e Não-nascido. Mas você é acusado de milhões de nascimentos nas vidas passadas. Em conexão com isso, você poderia me falar ao menos de um dos seus nascimentos passados, você se lembra? Não vá pelo que os outros dizem, mas fale honestamente apenas de sua própria experiência direta. Na realidade, você nunca teve um nascimento. Muitas formas estão aparecendo e desaparecendo como um resultado da interação dos cinco elementos. Nessa interação onde está você e o que é você? E onde está a questão de você ir e vir? O que são essas religiões e seitas? Não são meramente propagações das amáveis idéias dos sábios e profetas para os quais alguns conceitos ocorreram? E isso pôde acontecer porque os sábios e profetas reconheceram primeiramente o seu sentido de ser. Então eles meditaram e habitaram nele e finalmente transcenderam-no, o que resultou na Realização Última. Depois disso, qualquer conhecimento que tenha brotado deles espontaneamente tornou-se as religiões e as seitas de seus seguidores, devido ao seu envolvimento emocional.
O fato mais importante a ser entendido é apenas este: Se o toque do sentido de existência existe, então todas as coisas existem. Se o sentido de existência não está presente, os cosmos não estão presentes e não há nada.
Vocês têm alguma pergunta agora?
Pergunta: Você falou sobre o sentido de ser sustentado pelo corpo-comida e sobre a consciência dinâmica manifesta. Eles são a mesma coisa?
Maharaj: Ambos significam a mesma coisa. Não há forma ou desenho para esse princípio, assim como o alento vital não tem forma, o qual é, entretanto, dinâmico e pulsante. O alento vital apenas é o que anima e vivifica o corpo e ele irá operar enquanto o corpo estiver sadio.
O que quer que seja visto ou percebido está continuamente em um estado de criação e destruição, mas Você, em sua natureza verdadeira é não-nascido e indestrutível. A menos que você realize sua verdadeira natureza, não haverá paz para você.
Não importa o quanto você lute duramente para adquirir posses, elas estão fadadas a se esvaírem e é o mesmo com seus conceitos e suas várias identidades. Mesmo que você siga alguma religião na esperança de obter algo permanente vindo de fora, você ficará profundamente desapontado. O propósito principal da verdadeira espiritualidade é nos liberar completamente de nossos conceitos e condicionamentos.
Ao seguir alguma religião, culto ou credo, a pessoa inevitavelmente torna-se condicionada, pois ela é obrigada a aceitar e obedecer suas disciplinas, tanto físicas quanto mentais. A pessoa pode conseguir alguma paz por um certo tempo, mas tal paz não irá durar muito. Em sua verdadeira natureza, você é o conhecedor dos conceitos, e, portanto, anterior a eles.
Maharaj: Ambos significam a mesma coisa. Não há forma ou desenho para esse princípio, assim como o alento vital não tem forma, o qual é, entretanto, dinâmico e pulsante. O alento vital apenas é o que anima e vivifica o corpo e ele irá operar enquanto o corpo estiver sadio.
O que quer que seja visto ou percebido está continuamente em um estado de criação e destruição, mas Você, em sua natureza verdadeira é não-nascido e indestrutível. A menos que você realize sua verdadeira natureza, não haverá paz para você.
Não importa o quanto você lute duramente para adquirir posses, elas estão fadadas a se esvaírem e é o mesmo com seus conceitos e suas várias identidades. Mesmo que você siga alguma religião na esperança de obter algo permanente vindo de fora, você ficará profundamente desapontado. O propósito principal da verdadeira espiritualidade é nos liberar completamente de nossos conceitos e condicionamentos.
Ao seguir alguma religião, culto ou credo, a pessoa inevitavelmente torna-se condicionada, pois ela é obrigada a aceitar e obedecer suas disciplinas, tanto físicas quanto mentais. A pessoa pode conseguir alguma paz por um certo tempo, mas tal paz não irá durar muito. Em sua verdadeira natureza, você é o conhecedor dos conceitos, e, portanto, anterior a eles.
Pergunta: Suponhamos que um cadáver esteja no chão. E sendo que o Brahman manifesto está em toda parte, ele não poderia ter deixado o corpo. Dessa forma, o que é esse princípio que deixou o corpo deixando-o morto?
Maharaj: Vamos considerar Brahman como o espaço a fim de facilitar essa discussão. Pode o espaço ser confinado dentro de um corpo? Então diga-me, aonde a morte (daquele corpo) começa no espaço todo-penetrante? É possível isso?
Que tipo de pergunta você faz? É melhor você recolocar a questão para deixá-la com mais sentido.
Pergunta: No corpo vivo deveria haver algo além de espaço!
Maharaj: Além de espaço?
Maharaj: Vamos considerar Brahman como o espaço a fim de facilitar essa discussão. Pode o espaço ser confinado dentro de um corpo? Então diga-me, aonde a morte (daquele corpo) começa no espaço todo-penetrante? É possível isso?
Que tipo de pergunta você faz? É melhor você recolocar a questão para deixá-la com mais sentido.
Pergunta: No corpo vivo deveria haver algo além de espaço!
Maharaj: Além de espaço?
Pergunta: Há espaço.
Maharaj: No espaço havia uma massa de alimento e dela um corpo foi formado. Brahman manifesto, o qual estamos chamando de espaço, expressa a Si mesmo através de um corpo-comida saudável. Você está acostumado a chamá-lo de atman. Mas o atman não é criado como um corpo, é um princípio não-nascido, o Brahman.
Pergunta: Ó, isso quer dizer que o atman nunca foi criado!
Pergunta: Ó, isso quer dizer que o atman nunca foi criado!
Maharaj: Certamente, o atman não tem nascimento. É através do todo-penetrante Brahman que o corpo, juntamente com a respiração vital, funcionam. E então você interpreta o processo como o nascimento de atman.
Toda essa exposição é apenas para aqueles que têm uma necessidade genuína de compreender a espiritualidade. Para aqueles que estão ansiosos para melhorar sua vida mundana, a adoração dos vários deuses é recomendada.
Quando um corpo saudável e a respiração vital (prana) trabalham juntos, o sentido de ser expressa-se colocando em operação os membros e os sentidos do corpo. Essa expressão é um anúncio, o qual declara a exixtência eterna do princípio derradeiro – o Absoluto – Parabrahman. Quando o corpo morre, o sentido de existência desaparece e dessa forma não há anúncio do Absoluto através daquele corpo morto, não obstante, o Absoluto continua a prevalecer como sempre.
Toda essa exposição é apenas para aqueles que têm uma necessidade genuína de compreender a espiritualidade. Para aqueles que estão ansiosos para melhorar sua vida mundana, a adoração dos vários deuses é recomendada.
Quando um corpo saudável e a respiração vital (prana) trabalham juntos, o sentido de ser expressa-se colocando em operação os membros e os sentidos do corpo. Essa expressão é um anúncio, o qual declara a exixtência eterna do princípio derradeiro – o Absoluto – Parabrahman. Quando o corpo morre, o sentido de existência desaparece e dessa forma não há anúncio do Absoluto através daquele corpo morto, não obstante, o Absoluto continua a prevalecer como sempre.
Pergunta: É isso o que eu queria saber.
Maharaj: Um buscador foi aconselhado por um guru com as seguintes palavras: “olhe para trás”. E o buscador simplório virou e olhou para trás, considerando literalmente a ordem, então o guru disse novamente a ele: “entenda o significado por trás das palavras. Compreenda o seu estado antes deste estado presente. Vá para a fonte. Olhe para trás. Retroceda.”
Você aceita um conceito e pára nele. Dessa forma seu progresso espiritual fica estagnado no nível conceitual.
Você indicou sua identidade nos vários estágios de sua vida por conceitos tais como “uma criança”, “um garoto”, “um jovem”, “um homem de meia idade”, etc. Mas qual identidade conceitual permaneceu fiel a você? Todas as identidades no curso do tempo provaram ser ilusórias. Mesmo o princípio por trás das identidades, ou seja, o sentido de sua existência, provará ser ilusório. Uma vez que ele apareceu ele tem de desaparecer, sendo assim ele é temporário e limitado ao tempo. Mas o conhecedor desse sentido de ser é o Absoluto eterno.
Qualquer experiência pela qual você passe é imperfeita. Contudo, você continuará alguma prática espiritual porque a mente não permitirá que você fique quieto.
Com o propósito de adquirir conhecimento e de conhecer Brahman você medita em algo. Mas qual é a sua identidade como meditador? Você não é nem a meditação e nem o objeto da meditação. O que quer que seja, Você, é o Perfeito, a Totalidade, o Absoluto Eterno.
Você aceita um conceito e pára nele. Dessa forma seu progresso espiritual fica estagnado no nível conceitual.
Você indicou sua identidade nos vários estágios de sua vida por conceitos tais como “uma criança”, “um garoto”, “um jovem”, “um homem de meia idade”, etc. Mas qual identidade conceitual permaneceu fiel a você? Todas as identidades no curso do tempo provaram ser ilusórias. Mesmo o princípio por trás das identidades, ou seja, o sentido de sua existência, provará ser ilusório. Uma vez que ele apareceu ele tem de desaparecer, sendo assim ele é temporário e limitado ao tempo. Mas o conhecedor desse sentido de ser é o Absoluto eterno.
Qualquer experiência pela qual você passe é imperfeita. Contudo, você continuará alguma prática espiritual porque a mente não permitirá que você fique quieto.
Com o propósito de adquirir conhecimento e de conhecer Brahman você medita em algo. Mas qual é a sua identidade como meditador? Você não é nem a meditação e nem o objeto da meditação. O que quer que seja, Você, é o Perfeito, a Totalidade, o Absoluto Eterno.
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