Gurdjieff: Saiba, “Justiça” é uma palavra muito grande – é uma grande coisa no mundo. Coisas objetivas não são como micróbios, elas seguem de acordo com a lei, como a lei as acostumou seguir. Lembre-se: você colhe o que você planta. Não apenas pessoas colhem, mas também famílias e nações. Acontece frequentemente que aquilo que ocorre na Terra vem de algo que foi feito pelo pai ou por um avô. Os resultados convergem em você, o filho ou o neto, é você que tem de regulá-los. Isso não é uma injustiça, é uma honra muito grande para você, será um meio que lhe permitirá regular o passado do seu pai, avô e bisavô. Se infortúnios surgiram para você na sua juventude, isso significa que alguém os trouxe – por isso você deve colher. Ele está morto, é outro na Terra que colhe. Você não deve olhar para si egoisticamente. Você é um elo da corrente do seu sangue. Seja orgulhoso disso, é uma honra ser esse elo. Quanto mais você está obrigado a reparar o passado, mais você terá remorso de consciência. Você terá sucesso em lembrar tudo que você não fez como deveria no passado. Essas coisas que você fez contrárias à JUSTIÇA têm mortificado o seu avô. Assim você pode ter dez vezes mais remorso de consciência e o seu valor aumentará em proporção. Você não é o rabo de um burro. Você tem responsabilidades, uma família. Toda a sua família, passada e futura, depende de você. Sua família toda depende da maneira como você reparar o seu passado. Se você reparar por todos, isso é bom. Se você não reparar por todos, é ruim. Você vê sua situação. Logicamente, você vê o que é a Justiça? A Justiça não está ocupada com seus pequenos assuntos, promessas não cumpridas, ela está ocupada com coisas grandes. É idiotice acreditar que Deus pensa em coisas pequenas. É o mesmo com a Justiça. A Justiça não toca tudo isso e ao mesmo tempo nada é feito na Terra sem ela. Procure pelas razões. Você está obrigado a ter uma posição de responsabilidade na linha do seu sangue, você deve trabalhar mais para reparar o passado. É difícil entender tudo de uma vez.
domingo, 9 de agosto de 2009
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